segunda-feira, 06 de maio de 2024

Estética

O Limite da Estética

 

Vivemos um tempo no qual uma obsessão pela perfeição e beleza nos torna pessoas neuróticas e infelizes. Enquanto penteamos o cabelo no espelho, procuramos doentiamente defeitos na pele e nas formas de nossos narizes, maçãs do rosto, queixo. Acabamos nos tornando envergonhados, isolados, ansiosos e deprimidos. Pior: revistas populares, mas de péssima qualidade, “sugerem” muitos tratamentos milagrosos e garantidos (isto é uma piada!) exibindo fotos retocadas de pessoas cheias de maquiagem.

 

Envelhecer e enrugar é normal! Não conheço ninguém que goste de envelhecer ou que se orgulhe de ter manchas no rosto, queixo duplo ou bigode chinês. Concordo que procurar melhorar a aparência é digno, válido e significa sim, muita auto-estima. Mas temos que ter bom-senso, senão acabamos todos com cara de boneca, deformados por tantos preenchimentos, peelings que podem deixar cicatrizes, lábios que mais parecem bico de pato. Isso, sim, é horroroso.

 

Existe limite para todos os tratamentos e temos que ter em mente que garantia de perfeição é humanamente impossível, embora muitos médicos sem escrúpulos “prometam” a seus pacientes resultados milagrosos. Temos que esperar redução das manchas, atenuação de rugas, uma melhor hidratação e, por que não, aumento de volume ‘responsável’ das perdas que apresentamos com o envelhecimento. Mas nunca devemos esperar e, muito menos, exigir retorno aos padrões jovens de textura, coloração e volume do nosso rosto, senão seremos um exército de deformados infelizes à mercê de todo tipo de charlatães.

 

Há muitos tratamentos eficazes, sem grandes sacrifícios e, primordialmente, não-invasivos para que tenhamos uma reversão respeitável do envelhecimento da pele.

 brunodefaria@cremerj.org.br          

Estética?  Esteticista? Cosmiatra? etc... Tenho percebido na minha prática diária que há uma confusão das pessoas em diferenciar o que seja trabalho do médico dermatologista, do médico cirurgião plástico e o trabalho das esteticistas. Pois bem, desfaçamos as confusões: O médico dermatologista é aquele que cuida das doenças da pele, das unhas, dos cabelos, além da cosmiatria, da cirurgia da pele e dos procedimentos estéticos invasivos (injetáveis, implantes, preenchimentos, peelings, toxina botulínica). O cirurgião plástico realiza cirurgias plásticas estéticas e reparadoras, mas como é médico pode também realizar procedimentos médicos estéticos invasivos. O esteticista é proibido de realizar procedimentos invasivos, tendo sua prática restrita à procedimentos superficiais: massagens, drenagem linfática, limpeza de pele, além do uso de aparelhos que prometem rejuvenescimentos, diminuição de flacidez, gorduras localizadas, etc. Recentemente uma nova classe de médicos emerge: são médicos que se especializam em medicina estética e praticam exclusivamente esta atividade. Entretanto, a medicina estética não é reconhecida como especialidade pelo Conselho Federal de Medicina e não pode ser anunciada como tal. 

Na minha prática, sempre esclareço ao paciente se deve procurar outra especialidade, se deve realizar um tratamento com uma esteticista, ou continuar comigo. Sempre consulte um dermatologista antes de dar um rumo nas suas expectativas em relação à estética.

 visite: www.sbdrj.org.br